Autora: Stella
Maris da Silva Reis
RESUMO
O presente
artigo busca refletir, através de uma pesquisa bibliográfica, as causas e
consequências das dificuldades linguísticas apresentadas pelos indivíduos
disléxicos no contexto escolar. Analisa e
reflete a importância da linguagem para o ser humano a partir de uma análise do
desenvolvimento linguistico. Através da definição e caracterização de dislexia
reflete sobre a interferência desta, que é considerada um transtorno específico
da área da linguagem, no desenvolvimento linguístico dos seres humanos, bem
como suas consequências, para o indivíduo que a possui, no contexto escolar.
Palavras-chave: Linguagem; Dislexia; Aprendizado Escolar
This
essay reflects, through a literature search, the causes and consequences of
language difficulties presented by dyslexic individuals in the school context.
Analyzes and reflects the importance of language to humans from an analysis of
linguistic development. Through the definition and characterization of dyslexia
reflects on this interference, which is considered a specific disorder in the
area of language, the linguistic development of human beings and their consequences
for the individual who has, in the school context.
Key-words: Language; Dyslexia; School Learning
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO...............................................................................................
1
2
DESENVOLVIMENTO ...........................................................................
3
2.1. A importância da linguagem para o homem
.................................. 3
2.2. Dislexia..........................................................................................
5
2.2.1.
Aspectos neurológicos da dislexia...........................................
7
2.2.2.
Tipos de dislexia.....................................................................
10
2.3. Desenvolvimento linguístico e a dislexia.......................................
11
2.3.1 – Leitura....................................................................................
12
2.4 – Inclusão do disléxico na escola.....................................................13
3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................
17
BIBLIOGRAFIA........................................................................................
19
1 INTRODUÇÃO
Diante
das observações em minha prática profissional como docente de língua portuguesa
e estudante de Psicopedagogia, me propus a pesquisar e analisar como a dislexia
interfere no desenvolvimento da linguagem daqueles indivíduos que a possui e as
consequências que a mesma causa desde o seu rendimento escolar à sua
socialização no contexto escolar. Este
estudo tem ainda por objetivo pesquisar e refletir sobre a importância da
linguagem e seu desenvolvimento para os seres humanos e também analisar as
dificuldades em leitura e escrita apresentadas pelos disléxicos.
Os estudos sobre a dislexia apontam que
indivíduos com este transtorno apresentam dificuldade em decodificar o estímulo
escrito ou o símbolo gráfico, de aprender a ler e escrever com correção e
fluência e de compreender um texto. Sendo assim as habilidades de leitura e
escrita ficam comprometidas afetando o desenvolvimento da linguagem desses
indivíduos.
A Dislexia é um transtorno
específico da linguagem. Afeta diferentes áreas e estímulos cerebrais que têm
como função a aquisição da linguagem oral e escrita. Pessoas disléxicas apresentam um
funcionamento próprio do cérebro para os procedimentos linguísticos,
relacionados à leitura, tendo dificuldades de associação do símbolo gráfico
como o som que elas representam e de organizá-las, mentalmente, numa sequência
temporal. Os disléxicos apresentam ainda problemas na fala, não conseguem
reconhecer imediatamente uma palavra, leitura demorada e silábica, dentre
outros.
É através da linguagem que o ser humano se constitui como sujeito. É ela
também responsável pela interação social dos seres humanos. A linguagem se
manifesta através da fala, leitura e escrita. Essas habilidades fazem parte do
aprendizado do indivíduo desde seus primeiros momentos de vida. Sendo então a
linguagem algo tão essencial para o ser humano, é indutivo pensar que “falhas”
no processo de desenvolvimento da linguagem possam prejudicar o aprendizado dos
indivíduos. É na fase escolar que a dislexia se manifesta, geralmente no final
da alfabetização e nos primeiros anos escolares. Apesar de possuir outras
habilidades, a criança começa a apresentar dificuldades inesperadas de
aprendizagem de leitura e escrita. Essas dificuldades trazem o insucesso na
alfabetização comprometendo o aprendizado de conteúdos linguísticos posteriores
a alfabetização.
A
metodologia utilizada neste trabalho para o levantamento de dados será a
pesquisa qualitativa bibliográfica, tendo como foco analisar a interferência da
dislexia no desenvolvimento da linguagem dos indivíduos disléxicos bem como
suas causas e consequências. Primeiramente a pesquisa tratará da importância da
linguagem no desenvolvimento humano, logo tratará da dislexia como um transtorno
de aprendizagem e as consequências que ela traz para esse processo de
desenvolvimento da linguagem do indivíduo que a possui. A reflexão não se
limita apenas a consequências linguísticas que a dislexia causa, mas também há
uma abordagem acerca da socialização do indivíduo disléxico que muitas vezes é
alvo de incompreensão no ambiente escolar, construindo, em alguns casos, uma
experiência de insucesso escolar e baixa estima.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM PARA O
HOMEM
O homem utiliza a linguagem como forma de expressar seus sentimentos,
pensamentos e para se comunicar de forma geral. Há vários tipos de linguagem.
Ela pode ser verbal, não-verbal, formal ou informal. A linguagem acompanha o
homem desde os primórdios. Os primatas utilizavam os desenhos e os sons como
principal meio de comunicação. Com a evolução da espécie, a necessidade de
expressar foi se tornando mais complexa e com isso a linguagem também foi se
evoluindo, logo veio a fala e posteriormente a escrita junto a tecnologia.
“Linguagem é a faculdade que o homem tem de se exprimir e comunicar por meio da
fala.” (CEGALLA, 2008 p. 16).
Cegalla (2008) define linguagem como a capacidade do homem em se
comunicar através da fala. E é através da comunicação que o homem interage com
o mundo e com a sociedade. Por isso a importância da fala para os seres
humanos. Porém, a linguagem não se restringe somente a fala. A linguagem se
manifesta também através da escrita, símbolos, gestos, sons e outros. Segundo ASHA
(1982, p.5)[1] “A linguagem é a capacidade humana para compreender e usar um sistema
complexo e dinâmico dos símbolos convencionados, usado em modalidades diversas
para comunicar e pensar”.
A linguagem é uma característica essencial do
ser humano que não vive só. A linguagem é uma aptidão para a interatividade com
os outros. O homem se constitui como sujeito e cidadão através da linguagem,
pois é através dela e inseridos num contexto sociocultural que constituímos
nossa identidade. O homem não necessita da linguagem apenas para se comunicar,
mas também para compreender os símbolos linguísticos do contexto em que está
inserido.
Desde os primeiros momentos de vida o ser
humano já se comunica. Os bebês se comunicam através de gestos e sons. No seio
familiar sua linguagem vai se desenvolvendo, entretanto com novos contatos sociais
e culturais externos a família outras habilidades são oferecidas, como por
exemplo, a leitura e a escrita que são trabalhadas no contexto escolar.
[...] A herança
genética da espécie vai garantir o aparecimento de possibilidades concretas de
comunicação que vão dos movimentos do corpo à oralidade. Já a cultura
propiciará formas de utilização do movimento e da oralidade, da mesma maneira
que trará, à criança, outras formas de comunicação e expressão, que são
resultado da própria história humana. (LIMA, 2009 p.7)
A oralidade se desenvolve
até aproximadamente os nove ou dez anos de idade e não se desprende da
linguagem corporal. Daí a importância também das habilidades artísticas (canto,
dança, desenhos...) no processo de desenvolvimento linguístico da criança,
esses auxiliam no desenvolvimento das funções psicológicas superiores,
enriquecem a imaginação proporcionando à criança a construção de significados. De
acordo com Lima, (2009) a participação da criança num contexto sociocultural
influencia no seu desenvolvimento linguístico sobretudo em relação a
concretização da escrita:
A
escrita é um produto da cultura humana e se insere no percurso do
desenvolvimento da função simbólica. Portanto, a criança, para adquiri-la,
precisa efetivar uma série de realizações do domínio da função simbólica. Uma
delas é ser capaz de dar significado a uma forma, capacidade que ela adquire
realizando colagens, dobraduras, desenhos, brincadeiras (LIMA, 2009 p.28)
A linguagem oral é uma base
linguística indispensável para que as habilidades de leitura e escrita se
estabeleçam. Quando há falhas em uma dessas habilidades todo o sistema de
comunicação se compromete. Isso porque a escrita muitas vezes é reflexo da fala
e vice versa. A leitura antecede a habilidade de escrita. Então, se o sujeito
não lê bem consequentemente não escreve bem. É geralmente na escola que o homem
inicia seu processo de sistematização da alfabetização sendo exposto a
estímulos específicos com o objetivo de desenvolver e concretizar as habilidades
linguisticas. É normal o surgimento de algumas dificuldades de aprendizado
neste processo, são várias as causas de seu surgimento, porém quando essas
dificuldades não são sanadas ou persistem por um tempo superior ao normal
faz-se necessário uma investigação sobre as possíveis causas dessa dificuldade
ou transtorno para que sejam tomadas as medidas pedagógicas adequadas.
2.2 DISLEXIA
No meio ao desenvolvimento linguístico do ser
humano pode surgir interferências que prejudicam esse processo. Essas “interferências”
denominam-se em transtornos e dificuldades. A Dislexia, especificamente, é um transtorno
de aprendizagem da área da linguagem.
[...] Dislexia é um
problema com linguagem. Inteligência não é problema; o problema é linguagem. As
pessoas que são disléxicas podem ter dificuldade de leitura, de escrita, de
compreensão da linguagem que elas escutam ou de se expressar claramente pela
fala ou pela escrita. Há uma discrepância inesperada entre o seu potencial para
aprender e seu desempenho escolar.(LYON, 1995 p.30 )
Parafraseando Lyon, a
dislexia acomete crianças com inteligência dentro dos padrões de normalidade,
sem deficiências sensoriais, isentas de comprometimento emocional significativo
e com oportunidades educacionais adequadas. Indivíduos disléxicos muitas
vezes possuem um desenvolvimento dentro do esperado em outras atividades que
não exigem a habilidade de leitura.
O médico oncologista e
pesquisador brasileiro Dr. Dráuzio Varella define dislexia em seu artigo
titulado “Distúrbios de linguagem – dislexia”[2]:
Dislexia é um
transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem neurobiológica, que
se caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou o símbolo
gráfico. A dislexia compromete a capacidade de aprender a ler e escrever com
correção e fluência e de compreender um texto. Em diferentes graus, os
portadores desse defeito congênito não conseguem estabelecer a memória
fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras. (VARELLA, 2006 p.5).
Varela considera a dislexia
como sendo um distúrbio de linguagem com origem hereditária. Apensar de possuir
uma origem genética, a dislexia não é uma doença. É um transtorno de
aprendizagem que compromete as habilidades de leitura, escrita e compreensão
textual. O indivíduo disléxico ainda apresenta dificuldades fonéticas (associar
sons e letras) o que pode gerar dificuldades no processo de alfabetização no
contexto escolar.
Em acordo com Dr. Dráuzio
Varella a Associação Brasileira de Dislexia considera que a dislexia possui uma
base neurológica com incidência expressiva de fator genético transmitido por um
gene de pequena ramificação do cromossomo #6 justificando então que o transtorno
se repita na mesma família.
Segundo o Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV (1995) a dislexia é um
comprometimento acentuado no desenvolvimento das habilidades de reconhecimento
das palavras e da compreensão da leitura. O indivíduo disléxico encontrará
então dificuldades desde a decodificação da leitura, associação fonológica até
a compreensão e interpretação textual.
É durante os 6 ou 7 anos de
idade que a dislexia se torna mais evidente nas crianças que a possui. É nessa
fase que pais e professores se queixam que crianças com inteligência média ou
até acima da média, apresentam dificuldades para a alfabetização, apresentam
desinteresse na leitura e/ou escrita, falha de atenção, uma vez que por
apresentar dificuldades a criança perde o interesse. Importante ressaltar que,
somente um diagnóstico clínico composto de uma equipe multidisciplinar
(psicólogo, fonoaudiólogo, psiquiatra e outros) é capaz de constatar se a
criança possui ou não dislexia. A dislexia não é um transtorno passível de
cura, mas há tratamentos que possibilitam um indivíduo disléxico ser
alfabetizado e letrado.
São alguns sinais de
dislexia: atraso na fala; deficiência na aquisição dos sons da linguagem;
deficiência nas habilidades do pensamento e do raciocínio; permanência nas
dificuldades de pronúncia até 5 ou 6 anos; não falar os sons iniciais de uma palavra.
ex: agenda/genda; inverter sons internos de uma palavra. ex: animal/aminal;
dificuldades com rimas; dificuldades em memorizar os nomes/sons das letras;
dificuldades em memorizar a escrita do nome, dificuldades com a leitura e
grafismo pouco elaborado devido a troca de letras e espelhamento; dificuldade
em contar e recontar uma história na sequencia correta; dificuldade com rimas e
ainda de lembrar nomes e símbolos.
É importante respeitar as
fases de desenvolvimento linguístico do indivíduo antes de considerar sua
dificuldade um sintoma de dislexia. Não é porque a criança tem uma escrita
espelhada (quando se escreve a letra do lado contrário como se a mesma fosse um
reflexo de um espelho), por exemplo, que ela possa ser dislexia, pois trata-se de
uma “confusão” normal dentro de um certo estágio do desenvolvimento
linguístico. Tais sintomas passam a ser suspeitos de dislexia quando permanecem
durante estágios avançados do desenvolvimento linguístico e/ou não correspondem
ao processo natural do desenvolvimento da criança.
2.2.1. – ASPECTOS NEUROLÓGICOS DA DISLEXIA
Segundo Ana
Michele (2010) em seu artigo titulado “A dislexia na perspectiva anatômica”, é
necessário entender o funcionamento do cérebro de um disléxico.
A figura a
seguir apresenta a divisão do córtex cerebral humano:
Figura
01: Córtex Cerebral
Fonte:http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com.br/2010/07/dislexia-na-perspectiva-anatomica.html
Dentre as divisões do córtex
cerebral há o lobo parietal, este é responsável pela função de percepção,
memória e análise visual. Uma disfunção nessa região leva à dislexia, pois são
funções essenciais no processo de desenvolvimento linguístico como visto no
item 2.1 deste artigo.
A autora Ana Michele
menciona que a lesão do lobo parietal
esquerdo causa crises parciais retratadas por ataques
paroxísticos de sensações anormais, propagadas pelo lado contralateral do corpo
(crises sensoriais). Deficiências sensório-motoras expressas pela perda
hemissensorial contralateral e perda do campo visual inferior. Deficiências
psicológicas retratadas pela incapacidade de dar nome aos objetos e perda da
capacidade de ler (alexia), escrever (agrafia) e calcular (acalculia). A lesão do lobo parietal direito causa crises
parciais onde ataques paroxísticos de perturbações sensoriais afetam o lado
contralateral do corpo (crises sensoriais simples). Deficiência sensório –
motora com a perda hemissensorial
contralateral do campo visual inferior. Deficiências psicológicas que expressam
a incapacidade de copiar e de construir esquemas devido à desorientação
espacial (apraxia de construção).
O indivíduo disléxico possui ainda o
hemisfério cerebral direito mais desenvolvido. O que, segundo a Associação
Brasileira de Dislexia, justifica o fato de possuírem um potencial maior para
as habilidades corelacionadas ao hemisfério cerebral direito, como representa a
figura 2:
Figura 2: Hemisférios do Cérebro Humano
É comum indivíduos disléxicos se
destacarem em habilidades artísticas e esportivas por exemplo. Há registros na
história de pessoas intelectualmente conhecidas que eram disléxicos, como
Leonardo da Vinci (pintor), Walt Disney (desenhista e empresário), Bem Johson
(esportista), Thomas Edison (inventor), Albert Einsten (cientsta), Whoopy
Goldberg (atriz) dentre outros. Apesar das limitações os disléxicos não são
seres “incapazes” de aprender, além de se destacarem em outras habilidades, com
um tratamento adequado também são capazes de se destacarem na leitura e escrita
como comprova a famosa escritora Agatha Chistie também disléxica.
2.2.2 – TIPOS DE DISLEXIA
Dentre os conceitos de dislexia não é
comum que autores abordem os diversos tipos de dislexia. O que leva a muitas
pessoas interpretarem o transtorno apenas com base nos sintomas gerais de
dislexia ou da dislexia fonológica. Esta é a mais abordada pelos autores, porém
é de suma importância que educadores e familiares de indivíduos disléxicos
tenham conhecimento dos diferentes sintomas e limitações que cada tipo de
dislexia apresenta. Práticas pedagógicas e tratamentos psiquiátricos orientados
pelas causas específicas de cada segmento da dislexia trará melhores resultados
ao processo educacional do disléxico.
A dislexia pode ser
adquirida ou de desenvolvimento. A dislexia adquirida é quando as habilidades
de leitura já desenvolvidas são perdidas diante de uma lesão cerebral. Já a dislexia
do desenvolvimento é quando o individuo apresenta defasagem em tal habilidade
de forma natural.
Há ainda a dislexia
fonológica em que o indivíduo realiza
uma leitura visual das palavras, ou seja, durante o processo de leitura
observa-se as palavras de forma global, através de dedução e não de um leitura
convencional. Lê-se “casa” ao invés de “caso”. É comum na dislexia fonológica:
Tabela 01: dificuldades características da dislexia
fonológica
DIFICULDADE
|
EXEMPLOS
|
Confusões nas letras:
|
d-b; p-q; b-g; u-n; g-p; d-p
|
Omissões de letras/sílabas/palavras
|
chave/cave
|
Inversões nas letras/sílabas
|
pai/pia
|
Reiterações de sílabas/palavras
|
cozinha/cocozinha
|
Substituição de palavras
|
roda/pneu
|
Invenções de palavras
|
quê/ e de quê
|
Hesitações
|
(em palavras desconhecidas)
|
Ortográficas
|
(em palavras novas ou desconhecidas)
|
Já a dislexia superficial é
quando a criança apresenta dificuldades para reconhecer as palavras
irregulares, cometem erros de omissão, adição ou substituição das letras. E
ainda apresentam problemas com a ortografia, pois se guiam pela informação auditiva,
por exemplo, a palavra tóxico é lida
como tóchico.
Quando a criança apresentar
erros nos processos de leitura tanto visual quanto auditivo caracteriza-se uma dislexia
mista. Ela apresenta então dificuldades para decifrar o significado das
palavras, ler palavras abstratas e verbo, comete erros visuais e semânticos.
2.3 DESENVOLVIMENTO LINGUISTICO E A DISLEXIA
O ser humano não nasce
sabendo falar e escrever. Essas habilidades são aprendidas e consolidadas ao
longo do seu desenvolvimento biológico e cultural. A aquisição inicial da
linguagem ocorre em dois processos, o pré-linguístico e o linguístico.
A primeira fase denominada
como “pré – linguística” corresponde aos primeiros meses de vida da criança, é
o balbuciar dos bebês, que geralmente ocorre no sexto mês de vida, que sinaliza
o começo da aquisição da linguagem. Esses sons/balbucios produzidos pelos bebês
não acarretam nenhum significado, porém são de extra importância uma vez que
sinalizam o início da habilidade de comunicação linguística da criança.
Já o período “linguístico” é
quando a criança já possui competências necessárias para utilização da
linguagem. Aqui, ela já utiliza os símbolos linguísticos dentro de um contexto
significativo. Esse período inicia-se aos 03 anos de idade.
Segundo o Dr. Antônio Carlos
de Freitas em seu artigo titulado “Dislexia – aspectos neurológicos”.[3]
O disléxico apresenta
dificuldades no nível mais primitivo da linguagem, o fonológico, o que lhe
dificulta progredir para a forma mais complexa, a da compreensão simbólica –
Leitura. Ele apresenta dificuldades de leitura porque interpreta mal as
características sonoras dos símbolos gráficos (fonemas), reconhece com
dificuldade esses sons quando estão integrados na palavra falada, tem dificuldade
de compô-los em uma sequência lógica para formar e reconhecer palavras novas.
(FREITAS,2008)
As dificuldades linguísticas
apresentadas pelos disléxicos durante os 06 ou 07 anos de idade fundamentam-se
na fase inicial da aquisição da linguagem, a fase que corresponde a aquisição e
inicio do desenvolvimento fonológico da criança. Isso ocorre, como já
apresentei anteriormente, devido a uma disfunção no lobo pariental que é responsável pela aquisição sensorial, e não porque
a criança possa apresentar problemas de audição.
2.3.1. LEITURA[4]
Há duas interpretações
típicas para o termo leitura, a primeira se refere ao ato de decodificar as
letras, sons, sílabas e frases, já a segunda se refere a interpretação daquilo
que se está lendo. A leitura, como afirma Rotta e Pedroso,(2006) trata-se de um
processo complexo.
[...]
A Leitura é uma forma complexa de aprendizagem simbólica. No transtorno
específico da leitura chamado DISLEXIA a criança apresenta um comprometimento
significativo no desenvolvimento das habilidades da leitura, com dificuldade no
reconhecimento e na interpretação das palavras e de seu caráter simbólico.
(ROTTA e PEDROSO, 2006 p. 152)
Selikowitz (1993) descreve
como funciona o processo de leitura. O primeiro estágio é o da memória visual,
este não envolve o sistema léxico[5], pois o léxico está vazio.
As palavras são aqui reconhecidas como se fossem pessoas ou objetos.
[...]Eventualmente,
este sistema deve ser superado. Muitas palavras são parecidas demais na forma e
no tamanho para um sistema puramente visual diferenciá-las. Além disso, a
ortografia não pode passar além de um estagio muito rudimentar, ao apoiar-se
apenas no reconhecimento visual. (SELIKOWITZ(1993, p.51)
O segundo estágio é o
fonológico (ou alfabético), é comum as crianças entrarem neste estágio aos 6 ou
7 anos de idade. As palavras são quebradas (segmentadas) em sons componentes.
Aqui, as crianças já possuem um sistema especial para leitura que é essencial
quando elas tiverem que equipar seu léxico para que possam progredir para o
estágio automático.
[...]
Á medida que as crianças adquirem maior capacidade de traduzir os grafemas que
elas veem na página em fonemas corretos, elas começam a preencher “o léxico” do
seu cérebro com palavras. Quando isto acontece elas podem começar a superar o sistema
fonológico e ter acesso ao “léxico” sempre que elas leem uma palavra familiar. (SELIKOWITZ,
1993, p. 52)
O indivíduo disléxico
apresentará um desenvolvimento lento entre o primeiro e o segundo estágio
devido as suas limitações. É normalmente no segundo estágio que a dislexia é
detectada pelo fato da criança apresentar dificuldades linguísticas que já
deveriam ter sido superadas e/ou não se desenvolve conforme o esperado.
2.4 INCLUSÃO DO DISLEXICO
NA SALA DE AULA
É na escola que habilidades
de comunicação como leitura e escrita são desenvolvidas através de atividades
específicas. A criança passa a comunicar-se desde seu primeiro contato com a
sociedade, seja através de sons ou gestos. Ainda no seio familiar a linguagem
oral é desenvolvida pelo simples contato com outros falantes, já a linguagem
escrita exige que a criança tenha um contato com um ambiente propício ao
aprendizado, profissionais capacitados para que a escrita se desenvolva.
Inicia-se com a alfabetização e ao longo dos anos escolares a escrita se
desenvolve desde a caligrafia à produção de gêneros textuais. Assim como
confirma ZORZI (2003, p. 26 a 30)
[...]
para aprender a linguagem oral, basta a criança conviver com falantes da
língua. (...) No que se refere à escrita, para aprendê-la, a criança
necessitará viver em uma sociedade letrada ou, mais especificamente, fazer
parte de algum segmento da sociedade que tenham acesso ao letramento. (ZORZI, 2003
p. 26)
Durante os anos escolares
iniciais em que a criança está submetida ao processo de alfabetização é que
muitas vezes a dislexia é detectada. Apesar de alguns sintomas já se
manifestarem logo no início da fase escolar. Crianças disléxicas, ainda no
jardim de infância, período em que ainda são bebês, apresentam dificuldades, por
exemplo, em rimar palavras e identificar letras e fonemas. Para cada ano escolar há objetivos que devem
ser atingidos pelos alunos. Quando uma criança não atinge algum objetivo de
ensino, ou seja, quando ela não se desenvolveu da forma que era esperado faz-se
uma investigação para detectar a falha e o porquê dela. Essa investigação se dá
a partir da observação do docente e com um relatório escolar a criança é
encaminhada a uma equipe multidisciplinar (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo,
dentre outros) para um diagnóstico.
O fato da criança apresentar
alguns sintomas relacionados à dislexia não significa que ela seja disléxica.
Os sintomas da dislexia são muitas vezes confundidos com uma dificuldade de
aprendizagem que pode ser corrigida seja pela alteração da prática pedagógica
adotada pelo corpo docente ou até mesmo por questões emocionais em relação à
criança. Somente uma avaliação clínica pode diagnosticar um caso de dislexia.
Esta avaliação inicia-se com uma investigação psicopedagógica em clínica e a
partir dos resultados apresentados o paciente é encaminhando ao psicólogo,
fonaodiólogo, psiquiatra, alguns casos
também são encaminhados ao neurologista, isso para que esses profissionais
através de testes e exames específicos cheguem a uma conclusão presida do
diagnóstico da crianças para então iniciar o tratamento.
Devido às intensas
dificuldades encontradas pelos disléxicos durante as atividades escolares é
comum que eles se sintam inferiores aos outros por não se desenvolverem como o
esperado. Diante ao fracasso escolar, a criança com dislexia perde o interesse
pelas atividades propostas, o que pode levar até mesmo ao abandono escolar. O
problema com a autoestima também pode se agravar com o fato do disléxico,
muitas vezes, ser “ignorado” pelos docentes. Isso ocorre, pois a maioria dos
docentes não são capacitados para desenvolver didáticas diferenciadas para
alunos disléxicos ou com outros distúrbios.
[...] Não é
necessário que alunos disléxicos fiquem em classe especial. Alunos disléxicos têm
muito a oferecer para os colegas e muito a receber deles. Essa troca de humores
e de saberes, além de afetos, competências e habilidades só faz crescer a amizade, a cooperação e a
solidariedade. (BRAGGIO, 2006 p.56)
A criança disléxica, como
postula Braggio, tem muito a contribuir com o ambiente escolar, pois apesar de
suas dificuldades são seres dotados de muita inteligência e podem até se
sobressaírem em atividades que não exigem a habilidade leitora. A afetividade
deve ser trabalhada com o indivíduo disléxico e também com o grupo a qual ele
convive a fim de evitar atos discriminatórios. Ele deve se sentir importante,
capaz, motivado e acolhido dentre o grupo. A autoestima elevada influencia no
processo ensino-aprendizado não só dos disléxicos, mas de qualquer indivíduo
aprendiz. É indispensável, também, que docentes se capacitem para melhor
intervir didaticamente no processo de ensino-aprendizado do indivíduo
disléxico.
Não há um método específico,
uma receita, para lecionar aos disléxicos, mas é de suma importância que os
docentes conheçam e entendam o que é dislexia, como funciona o cérebro de um
indivíduo disléxico e que respeitem o tempo de desenvolvimento dos mesmos. Há
algumas atitudes que podem ser tomadas pelos docentes em busca de melhor acolher
e contribuir para o desenvolvimento acadêmico dos disléxicos assim como sugere
Luca, (2012) em “E a escola o que pode fazer pelo disléxico?”:
Em relação às
atividades que exigem LEITURA o docente deve:
Evitar fazer o aluno ler em voz alta na sala de aula. Todo um trabalho
deve ser feito com o aluno e também com a classe para aí sim pedir para
que o aluno com dificuldade realize a leitura. E, se for percebido que o aluno
entra em sofrimento ao realizar esta tarefa, a leitura deve ser passada para
outro colega, até que aquele com dificuldade sinta-se à vontade para fazê-lo,
sem deixar que os demais zombem dele antes, durante ou depois da atividade.
(LUCA,2012 p.9)
Em relação à
LEITURA DA PROVA e/ou atividades de caráter avaliativo:
O aluno disléxico apresenta dificuldades na decodificação, portanto dificuldade na leitura. Caso o professor realize a leitura das questões ele terá uma compreensão mais rápida e adequada. O aluno terá que se preocupar apenas em lembrar-se da resposta e organizar a escrita da mesma. O que para ele não é pouco. Se esta leitura não for realizada pelo professor, ele terá que fazê-lo por si só e provavelmente repetidas vezes, correndo o risco ainda de cometer erros e desta forma, fazer uma compreensão equivocada o que levaria a uma resposta também equivocada. (LUCA, 2012 p.9).
Luca (2012, p.9 a 11), ainda ressalta
sobre a prova oral que pode ser uma alternativa dependendo da dislexia da
criança. Por apresentar dificuldades para se expressar através da escrita a
criança não se prejudicará na avaliação. O tempo de realização das tarefas escolares
também deve ser bem administrado pelos docentes, uma vez que o disléxico pode
apresentar maior lentidão em formular suas respostas e a processar informações,
deve-se oferecer um tempo maior para que o mesmo realize as tarefas propostas.
De acordo com –AND (Associação Nacional de
Dislexia) se o disléxico não pode aprender do jeito que ensinamos, temos que
ensinar do jeito que ele aprende. É importante então que as práticas pedagógicas
sejam reformuladas diante de um aluno disléxico na sala de aula. Deve haver
todo um trabalho de adaptação desta criança para que a mesma tenha capacidade
de adquirir conhecimentos e de progredir satisfatoriamente suas habilidades
acadêmicas.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
conceito de dislexia é atualmente interpretado de forma banalizada pela maioria
da população brasileira. Não só pelos docentes e profissionais da educação.
Pais e familiares muitas vezes não são bem orientados sobre o distúrbio. Essa
banalização do que vem a ser dislexia e seus sintomas faz com que muitos
educadores, sejam eles pais ou professores, rotulem como dislexia algo que seja
apenas uma dificuldade de aprendizagem. E ainda, diante de um caso real de
dislexia não são capacitados para lecionar diante as limitações de um individuo
disléxico.
Todo
esse despreparo diante de um caso real de dislexia faz com que o indivíduo se
sinta ainda mais incapaz por não progredir intelectualmente junto a turma em
que está inserido, causando também um clima favorável ao preconceito e
discriminação. Uma vez que sem saber como trabalhar com o aluno disléxico em
sala de aula é comum que o mesmo fique “esquecido”, sem nenhuma interferência
pedagógica específica aplicada a seu favor. E diante aqueles casos que não se
referem a dislexia, mas são considerados (e não diagnosticados) como tal, a
criança tem a tendência a regredir diante da dificuldade encontrada pelo fato
também de não receber uma interferência pedagógica adequada.
Uma
vez diagnosticado a dislexia, é importante ter consciência do processo de
desenvolvimento da linguagem dos seres humanos, bem como o funcionamento do
processo de leitura também, uma vez que a dislexia é um distúrbio do campo da
leitura. Entender como funciona o cérebro do disléxico também é um conceito de
importante para que se possam elaborar práticas pedagógicas de acordo com as
necessidades do aluno disléxico para que o mesmo tenha capacidade de se
desenvolver intelectualmente.
O
desenvolvimento da linguagem é uma característica aquém aos seres humanos e
possui para nós não só a função de nos tornarmos aptos a comunicarmos, mas de
nos tornamos sujeitos dentro de um contexto sociocultural. É desde o nascimento
que as manifestações linguísticas acontecem e possuem um desenvolvimento inato
diante de estímulos. Desde o desenvolvimento da linguagem oral até a
concretização da escrita há processos pelos quais algumas pessoas não
apresentarão sucesso. Os disléxicos são um exemplo. Desde a aquisição oral, os sintomas
de dislexia já são visíveis em alguns casos. Porém, é no período entre 6 ou 7 anos, em que as crianças brasileiras
estão em processo de alfabetização escolar, que os sintomas de dislexia são mais evidentes.
As habilidades cobradas em cada processo da alfabetização junto ao insucesso do
aluno, até então, possivelmente disléxico fará com que pais e docentes busquem
uma avaliação multidisciplinar (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo,...)
para que o mesmo diante de testes específicos possa receber um diagnóstico
adequado.
A leitura é uma capacidade linguística de extrema importância para o
desenvolvimento linguístico dos indivíduos. Desde o processo de decodificação
das letras à compreensão de um texto.
Durante o processo de aprendizagem e concretização da linguagem podem
surgir alguns transtornos que retardam o desenvolvimento de algumas habilidades
linguísticas como a leitura e a escrita. dos distúrbios de aprendizagem da área
da linguagem é a dislexia. O indivíduo disléxico apresenta dificuldades com
habilidades que exijam leitura devido ao funcionamento peculiar do
cérebro.
Apesar de todas as limitações cognitivas que a dislexia causa, uma vez
que o indivíduo disléxico é submetido a um sistema de ensino que se adapte as
suas dificuldades, lhe proporcionando condições favoráveis de adquirir
conhecimentos e de desenvolver suas habilidades linguísticas, este torna-se
capaz de desenvolver-se satisfatoriamente em sua vida acadêmica.
Concluo
essa pesquisa bibliográfica a cerca do tema: desenvolvimento linguístico e a dislexia,
de forma satisfatória e com um desejo de acrescentar a esses estudos uma
verificação prática. Considero ter atingido os objetivos que propus no início
do projeto.
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http://www.asha.org/docs/html/RP1982-00125.html/
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[1] American Speech and Hearing Association (1982),
através de http://www.asha.org/docs/html/RP1982-00125.html
[2] Disponível em: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/dislexia/
[3] Divulgado em: http://neuropediatria.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=91:dislexia-aspectos-neurologicos&catid=58:dislexia&Itemid=147
[4] Irei focar essa
análise apenas sobre a importância da leitura, porém não deve-se descartar a
importância da escrita no desenvolvimento
linguístico dos seres humanos, bem como que a dislexia causa consequências
negativas no processo de escrita também.
[5] Léxico: 1 relativo a palavra; lexical. 2 acervo de palavras de uma
determinada língua ou us. por um autor em seus textos; vocabulário vide em
Minidicionário da Língua Portuguesa – Evanildo Bechara
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